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Artigo | Empatia com Personagens



Existe aquela regra que não é bem uma regra, é mais como efeito colateral de anos de leitura. Muitas pessoas (eu me incluo nessa categoria) sentem empatia desde o primeiro livro, de alguma forma já consegue se colocar ali dentro completamente sem nem se dar conta disso.

Depois de quase dezessete anos de leitura, de viagens por mundos desconhecidos, de amigos que só existem naquelas páginas, minha empatia por personagens se tornou tão forte que é capaz de me consumir enquanto leio determinado livro.

Existe aquele termo usado quando não conseguimos nos despedir de um universo pra entrar em outro, a tão famosa ressaca literária, aquela ressaca que quer nos manter no mesmo mundo pra sempre por que achamos profundamente que se sairmos dele nossa vida vai embora junto com o final dos personagens.

Alasca, Hannah Baker, Harry Potter, Agustus Waters, August Pullman, Katiniss Everdeen, são tantos personagens apaixonantes, tantas histórias, tantas conquistas e tantas lágrimas que é impossível não se entregar um pouco a cada um. Viver um pouco da vida e compartilhar das derrotas de cada um deles.

Lembro-me bem de quando terminei de ler a história de Hannah Baker e me senti destruída, assim como ela, senti minha alma se esvaindo pelas minhas mãos. Nunca me senti tão vazia e tão desesperada quanto quando li aquele livro. Queria ajudar, queria entrar dentro dele e falar pra ela que tudo ficaria bem, que eu a entendia, e tudo seria melhor. Mas eu não podia fazer isso, da mesma forma que não consegui lembrar que aquilo era apenas uma história.

Mas apesar de ser apenas histórias, cada uma delas nos traz uma lição, algo que podemos e precisamos carregar conosco pelo resto da nossa vida. Hannah me ensinou a ser gentil com todos porque nunca serei capaz de saber como aquele outro alguém está emocionalmente.

Com Harry Potter eu aprendi a ser leal (como uma verdadeira HufflePuff), corajosa, destemida e um milhão de outras coisas que moldaram meu caráter até aqui. Harry Potter cresceu comigo, e grande parte do que sou hoje eu devo a essa história criada por J.K, a história que mais me define.

Alasca é aquela garota incrível que você queria ser, com toda aquela ousadia e liberdade, vivendo intensamente e sendo feliz sem se importar com os outros, e isso me lembra muito a Luna também, duas garotas que eu realmente gostaria de ter ao menos um pouquinho.

August e Augustus, os homens mais lindos desse mundo, que me fizeram acreditar no amor em sua total importância. Vivendo a vida de cada um deles eu consegui enxergar o quanto é gratificante ser a felicidade de alguém, e o quanto é importante mostrar para as pessoas que aparência não é tudo.

Por fim, Katiniss Everdeen, a garota em chamas que faz tudo por quem ama. Que era só uma garotinha quando tudo aquilo aconteceu, que amadureceu de uma forma não convencional. Que se tornou a mulher que é correndo risco a cada minuto da vida.


Enfim, cada personagem me ensinou algo, me apresentou um lugar novo e me deu uma nova perspectiva, e essa empatia ficará cada vez maior o que pra muitos pode ser ruim pra muitos e bom pra outros. Mas de qualquer forma além do sofrimento que podemos sentir através da empatia, podemos experimentar uma alegria tão pura que é praticamente impossível acreditar que aquele sentimento existe.

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