"Essa primeira mágoa é sempre a mais dolorosa, a que demora mais para cicatrizar e a que deixa a cicatriz mais visível"
Stephen King é o autor que você
se propõe a ler sabendo que alguma lição sairá dali, junto a algum tipo de
trauma ocasionado pela trama traçada por ele. Joyland não foge desse padrão,
mas em relação aos traumas, bem, eu não pretendo subir em uma roda-gigante no
restante da minha vida.
Conhecido como o mestre do
terror, Stephen King também é fã de romances policiais, e já tem publicado o
livro The Colorado Kid. Joyland é sua segunda obra no gênero policial
e o mais próximo que King já chegou de um romance.
Devin Jones é um universitário de
21 anos que foi deixado pela namorada e precisa de dinheiro para pagar as
despesas da universidade, pra isso ele vai até Joyland, um parque de diversões
que está contratando funcionários para o verão. Dev é contratado e junto com
ele outros vários universitários precisando do dinheiro.
"Você pensa “Tudo bem, entendi, estou preparado para o pior”, mas guarda aquela pequena esperança, sabe, e é isso que fode tudo. É isso que mata você"
Antes mesmo de começar a
trabalhar, Dev é informado que existe um fantasma no Horror House, o trem
fantasma do parque. Esse fantasma pertence a uma garota que foi assassinada lá
dentro anos antes. Depois de receber a informação, Dev fica empolgado em ver o
tal fantasma, até se dá conta que está investigando o que aconteceu a vítima.
Além do assassinato, King cria um
ambiente com personagens bem desenvolvidos, fazendo a trama girar de uma forma magnífica
e deixando o tal assassinato como um plano de fundo para ser resolvido em algum
outro momento.
Referências também não faltam, já
que nosso protagonista é um fã de O
Senhor dos Anéis, e uma frase deixada na sala de um antigo professor
informando que o mesmo havia deixado de lecionar naquela universidade para
lecionar na Escola de Magia e Bruxaria de
Hogwarts.
"Quando se trata do passado, todo mundo escreve ficção"
É verdade que Stephen King é meu
autor favorito e que passaria dias tecendo uma teia infinita de elogios sobre
ele. Mas a verdade é que esse livro foi um dos mais surpreendentes já escritos
por ele, e não apenas pela revelação no final da trama, mas por tudo que
aprendi caminhando ao lado de Dev.
Joyland vai te trazer arrepios
algumas vezes, vai te roubar sorrisos em outros, mas no final tudo que você vai
lembrar é daquela praia, e daquele dia no parque, o dia que vai te fazer sorrir
mesmo nos piores momentos.
"Em um mundo triste e sombrio, somos uma verdadeira ilha de felicidade"
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