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Resenha | Yaqui Delgado Quer Quebrar a Sua Cara


"Meu problema pode ser contagioso, e ninguém quer pegar essa doença social."

A existência de Yaqui Delgado é algo inegável. Sabemos que em cada escola é possível encontrar alguém igual ou extremamente parecida com ela. Alguém capaz de destruir outra pessoa apenas pra saciar sua vontade.

Em Yaqui Delgado Quer Quebrar a Sua Cara, Meg Medina nos faz refletir sobre como é o ambiente escolar atualmente, conectando esse ambiente ao ambiente familiar e nos mostrando o quão trágico pode ser quando um desses ambientes entra em colapso.

Piddy é uma garota latina que acabou de chegar a Daniel Jones High School. Apenas três semanas depois de chegar à nova escola ela descobre que alguém chamada Yaqui quer quebrar a cara dela, mesmo sem ela saber que é a garota, então ela simplesmente ignora, e ignora até o ponto que isso se torna impossível.

Enquanto na escola tudo está um verdadeiro inferno, em casa as coisas não estão nada perfeitas. Depois que Piddy se mudou, sua melhor amiga Mitzi começou a morar bem longe dela, o que acabou de certa forma afastando as duas.

"Não consigo respirar dentro desta escola. Não consigo enxergar quem sou nem ouvir minha própria voz."

Com tudo que anda acontecendo na escola, Piddy começa a deixar seu desempenho escolar ser afetado, fazendo com que seu boletim que antes continha apenas notas altas se tornasse um mar de zeros.

Piddy também vive um dilema quando o assunto é seu pai, o homem que ela nunca conheceu, mas que ela deseja muito saber ao menos qual era seu rosto. As vezes fica imaginando se tal homem andando na rua pode ser seu pai.

A garota que antes era uma aluna exemplar começa a decepcionar professores e mentir para a mãe. Torna-se alguém que ela nem mesmo reconhece, e o medo torna-se seu único e mais presente amigo.

Mais que apenas uma obra sobre bullying, Yaqui Delgado Quer Quebrar a Sua Cara é um livro que nos mostra o momento da descoberta da velha pergunta: Quem eu realmente sou? Que aborda a violência doméstica de uma forma séria e frágil. Assim como o amor da família, por mais que essa família não compartilhe do mesmo sangue.


Com nuances entre a dor e a alegria, Meg Medina criou uma história capaz de conquistar corações e roubar sorrisos, um livro que consegue mostrar da forma mais simples possível o quanto nossa vida só depende de nós mesmos.

"Ando pensando ultimamente que crescer é como passar por portas de vidro que só se abrem em uma direção; você consegue ver de onde veio, mas não pode voltar."


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