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Lançamentos | Rocco - Julho

Muita Alegria e Pouca Diversão;

São muitos os manuais para a educação dos filhos e os livros que alertam para a influência dos pais sobre suas crianças, mas poucas obras se dedicam a pensar quais são os efeitos das crianças na vida dos adultos. A premiada jornalista Jennifer Senior, colaboradora de alguns dos mais importantes veículos da imprensa americana, faz essa reflexão de maneira brilhante em Muita alegria, pouca diversão, que chega ao país pelo Bicicleta Amarela, selo de bem-estar da Rocco.

Muita alegria, pouca diversão é um livro para a educação dos pais. A verdade é que muitos pais já deixaram as cartilhas de lado.  E se o fizeram, é porque criar filhos hoje é uma experiência nova e ainda não reunida em um livro em toda a sua dimensão (histórica, psicológica, cultural, social, financeira, educacional, e até biológica – principalmente levando-se em conta os fatores suporte de estresse e privação do sono). A autora avisa: “Espero sinceramente que pais e mães leiam este livro para se entenderem melhor e, por extensão, facilitarem as coisas para eles mesmos – mas não prometo muito no que diz respeito a dar qualquer conselho útil sobre a criação de filhos.”

Jennifer Senior baseou-se em pesquisas científicas de diversas áreas – história, sociologia, economia, psicologia, filosofia e antropologia, para escrever Muita alegria, pouca diversão.  Experimentar a maternidade e ouvir e ver as experiências de amigas também suscitaram perguntas e respostas sobre a criação de filhos. A experiência, a partilha e as referências acadêmicas foram depuradas umas nas outras, o que torna o livro uma fonte de informação equilibrada e atual. 

A autora divide o livro em fases e coloca o leitor diante dos desafios e das surpresas da paternidade e maternidade hoje: autonomia, casamento, simples dons, cultivo orquestrado, adolescência, alegria. Algumas das frases pronunciadas por Senior são duras, mas nenhuma tem o tom de sentença, apenas alertam e buscam possíveis caminhos para pensar.  No quinto capítulo, um exemplo: “Adolescência é a parte da criação dos filhos que todos sabem que não é divertida, o prolongamento da infância que Shakespeare descarta como inútil, a não ser para emprenhar empregadas, fazer maldades com os mais velhos, roubar, brigar, e que Nora Ephron acha que só podemos sobreviver a isso comprando um cão (para que pelo menos alguém na casa fique feliz ao ver você.).”

Após estudos sobre o comportamento dos pais e da sociedade em relação à paternidade e maternidade, a autora admite que é fácil chegar à conclusão superficial de que “crianças arruínam sua vida”. Mas muito além desta tragédia, Jennifer Senior consola o leitor citando o pesquisador americano William Doherty, que se referiu à criação dos pequenos como “uma atividade de alto custo e grandes gratificações”. 

O Mundo de Anne Frank;

Para alguém como eu, escrever um diário traz uma sensação muito estranha. Não só porque nunca escrevi, mas suponho que no futuro nem eu nem ninguém se interesse pelos desabafos de uma menina de 13 anos. – Anne Frank

Quando registrou essas linhas em seu diário, Anne Frank certamente ainda acreditava que teria um futuro e não imaginava o quanto os seus desabafos atrairiam o interesse de milhões de pessoas diferentes ao redor do mundo. Setenta anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e a morte da jovem no campo de concentração de Bergen-Belsen, a Rocco traz para o leitor brasileiro O mundo de Anne Frank – Lá fora a guerra, de Janny van der Molen, um mergulho profundo na história da menina que se mantém até hoje como símbolo do horror do regime nazista e referência histórica para as novas gerações. 

Para escrever o livro, que tem a chancela da Fundação Anne Frank, a autora visitou a casa da família Frank na Alemanha e o esconderijo usado entre 1942 e 1944 em Amsterdã, conhecido como Anexo Secreto e hoje transformado em museu; visitou os campos de concentração de Westerbork, Auschwitz e Bergen-Belsen; realizou entrevistas e uma ampla pesquisa recorrendo a fontes diversas, como o famoso diário escrito pela jovem em que ela relata a vida no Anexo Secreto, documentos históricos e fotografias.

O resultado é uma obra rica e profundamente tocante que contextualiza a história de Anne Frank para as novas gerações com uma narrativa delicada e enriquecida com belas ilustrações de Martijn van der Linden. Preocupada em aproximar o leitor de sua personagem, van der Molen recria o universo da jovem Anne desde o seu nascimento, em 12 de junho de 1929, até a sua morte, em 12 de março de 1945, e divide essa trajetória em 10 temas centrais: Brincadeira, Família, Guerra, Normas, Medo, Diário, Sobrevivência, Paixão, Traição e Horror. 

Em cada um desses capítulos, a personalidade encantadora de Annelies Marie Frank, seus sonhos, interesses e sentimentos vão se desenhando à vista do leitor, que divide com ela as pequenas alegrias e as grandes angústias de uma (curta) vida que, na medida do possível, foi vivida com paixão e curiosidade. Uma história real e trágica (re)contada com sensibilidade e de forma acessível para leitores de todas as idades. Ao final, uma coleção de fotografias do acervo da família Frank complementa a obra, que vem lembrar às novas gerações que o horror não deve ser esquecido, para não correr o risco de se repetir. 

Caça ao Tesouro;

A morte não é como Sutton Mercer imaginava. E não é por menos. Com uma irmã gêmea, Emma – cuja existência ela descobriu pouco antes de ser assassinada –, ocupando o seu lugar e o assassino ainda à solta, a vida após a morte provou-se muito tumultuada. Em Caça ao tesouro, quarto volume da série The Lying Game, Sara Shepard mostra que a frieza e crueldade podem estar escondidas até nas famílias mais abastadas.

Líder do grupo mais popular do colégio Hollier High, Sutton acompanha de perto os esforços de Emma em desvendar o que aconteceu à irmã gêmea. Presa à vida dela, Sutton descobre que não era exatamente a garota mais legal do colégio, que não valorizava nada do que possuía e que fizera vários inimigos tramando trotes cruéis com o Jogo da Mentira. Mas todo o resto é incógnita, incluindo como tinha morrido e quem a tinha assassinado.

Emma, por sua vez, tenta desvendar quem poderia ter cometido o crime que impediu que ela conhecesse a irmã. Após descobrir um álibi para todas as amigas do Jogo da Mentira, a suspeita recai sobre Laurel, filha mais nova dos Mercer. Para aumentar a tensão, Thayer Vega, ex-namorado de Sutton e antigo suspeito do crime, volta da reabilitação e a avó de Sutton passa alguns dias com a família para celebrar o aniversário do filho. 

À medida que Emma busca respostas para o crime, a imagem de família perfeita formada pelos Mercer se mostra repleta de imperfeições e segredos. Cada vez mais próxima de solucionar o mistério, o disfarce de Emma está próximo de ser desvendado. Até quando poderá se passar pela irmã Sutton? 

Esplendor;

As elegantes, disputadas e belas protagonistas da série The Luxe cresceram. Há muito que Elisabeth e Diana Holland têm preocupações muito mais importantes do que os animados bailes da fascinante Nova York do final do século XIX. A antiga criada das irmãs, Lina Broud, agora se apresenta como Carolina Broad, a nova milionária de Manhattan, e a ambiciosa Penelope trocou o sobrenome Hayes pelo pomposo Schoonmaker ao forçar um casamento com Henry Schoonmaker.

A inocência e as ilusões presentes nos primeiros capítulos da série desfizeram-se no desenrolar da história, colocando as personagens diante de intrigas, mesquinharias e jogos de poder. Neste quarto e último livro, a escritora Anna Godbersen apresenta o desfecho da saga de suas heroínas desvendando mistérios, acalmando corações afogueados e entregando a cada uma aquilo que merece. Tudo isso sem perder o estilo que a tornou bestseller nos últimos anos. 

Desde o primeiro volume da série, Elisabeth foi noiva do belo Henry Schoonmaker, conheceu o verdadeiro amor nos braços do cocheiro Will Keller, foi exposta a uma dor imensa ao perdê-lo de maneira abrupta e acabou casando-se com Snowden Cairns, que não só a assumiu como esposa, como pretende registrar a criança de que está grávida. 

Diana finalmente está mais próxima de seu verdadeiro amor, Henry Schoonmaker. Apesar dos desencontros vividos até então, o casal está novamente junto depois da decisão tomada por Diana de ir procurá-lo em Cuba, para onde ele foi como militar. Os planos para ficarem juntos para sempre, porém, passam por muitos e surpreendentes percalços. 

Nos arredores da casa dos Schoonmaker encontra-se a mansão de Carolina Broad, a antiga criada dos Holland, herdeira de uma imensa fortuna, que agora luta para esconder seu passado nada nobre. Carolina vive um conto de fadas com a volta de Leland Bouchard de Paris. Propositalmente, ela compra uma casa próxima à de Leland, tanto para impressioná-lo quanto para tornar-se visível aos olhos do homem por quem está apaixonada. Tudo que ela desejava parece estar se tornando realidade: luxo, glamour e paixão.

Cada personagem procura manter aquilo que lhe é mais importante, seja amor, poder ou status, mesmo que para isso tenha de burlar costumes ou submeter-se à dissimulação tão característica e presente na história de Anna Godbersen. 

Sonho de Prata;

Joey Harker é um herói. Depois da sua conturbada chegada na Interzona, Joey conseguiu dominar sua habilidade de “andar” entre as dimensões e se tornou um membro valioso do EntreMundos. Sonho de prata, a tão esperada continuação da série de Neil Gaiman, em parceria com Michael Reaves e Mallory Reaves, retoma a fantástica história do garoto comum que até pouco tempo atrás se perdia no simples percurso de seu quarto à cozinha. 

Agora, Joey encontrou seu lugar como um Andarilho, um agente do EntreMundos, organização responsável por manter a paz nos vários universos e dimensões. Acompanhado de um grupo de outros Joeys de diferentes Terras de universos paralelos, o jovem tenta impedir que as forças rivais, ligadas à magia e à ciência, dominem todas as terras conhecidas do Altiverso.

Ao mesmo tempo que o EntreMundos começa a perder terreno na Guerra, Joey precisa reconquistar a confiança de seus amigos e descobrir quem é Acacia Jones, a misteriosa jovem que conseguiu acompanhar a equipe de Joey de volta à Cidade Base, o quartel-general do EntreMundos.

Escrito a seis mãos, Sonho de prata é uma fantástica aventura com o carimbo de qualidade e imaginação do cultuado escritor britânico Neil Gaiman.

Na Porta ao Lado;

Dona de uma carreira em ascensão no segmento juvenil, a carioca Luiza Trigo apresenta seu terceiro romance, Na porta ao lado, aguardado por fãs de todo o país que vêm acompanhando a sua trajetória nas prateleiras, em feiras e eventos literários Brasil afora e nas redes sociais, onde a escritora mantém contato diário com os leitores. Autora de Carnaval e Meus 15 anos, Luiza mostra as delícias e as dores da adolescência com leveza, sinceridade e bom humor e vem conquistando seu lugar ao lado de nomes consagrados na área como Thalita Rebouças e Paula Pimenta.

Na porta ao lado retoma as personagens de Meus 15 anos – as amigas Bia, Carol, Amanda, Pri e Roberta – e gira em torno das aventuras e desventuras de Carol, que começa o novo ano na escola tendo que encarar não só o casamento de sua mãe e uma mudança de casa, mas também o padrasto como professor e o filho dele como colega de turma. Parece muito azar para uma garota só! Mas muitas outras surpresas aguardam a protagonista, suas amigas e os leitores ao longo das páginas.

Afinal, não é apenas Tomás – o insuportável filho de Carlos, marido de sua mãe – que vai tirar o sono de Carol. Um outro novo colega de turma, Bernardo, também vai mexer com a cabeça (e o coração) da garota. Em meio às mudanças em sua rotina e em sua relação com a mãe, por conta da nova configuração familiar, e aos altos e baixos típicos da adolescência, Carol muitas vezes se sente confusa e tem que fazer escolhas difíceis. Mas aprende que o primeiro passo para ser feliz é se conhecer e respeitar os próprios sentimentos. Mesmo que para chegar lá tenha que fazer algumas besteiras no caminho... 

Com uma trama ágil e cheia de reviravoltas em que amizades, amores e relações familiares são postos à prova, Luiza Trigo constrói uma história emocionante feita de descobertas, sonhos, desilusões, alegrias, decepções e, acima de tudo, amadurecimento. Como a vida de todo adolescente. E ainda enriquece a narrativa com referências a livros e filmes – grande paixão de Carol – e as deliciosas guloseimas preparadas pela mãe da protagonista, que dão ainda mais sabor à história.  

Kingmaker - Uma Jornada no Inverno;

Uma jornada no inverno abre a série Kingmaker com uma narrativa repleta de fogo, neve e sangue. Em seu primeiro e aclamado romance histórico, Toby Clements recria de maneira meticulosa os tempos mais caóticos e violentos de todo o passado inglês: a segunda metade do século XV, período marcado pelo conflito civil que ficou conhecido como Guerra das Rosas. Cruzando mares, montanhas e campos de batalha, o leitor acompanha um monge e uma noviça em fuga por um universo de crueldade regido pela fome e as intempéries – a Europa medieval. O resultado é um romance histórico vívido e brilhante, perfeito para fãs de Ken Follett ou Bernard Cornwell. 

Em 1460, nas primeiras horas de uma manhã gelada, o cônego Thomas recebe a missão de acabar com o sofrimento da raposa que, presa em uma armadilha do outro lado do rio, fez seu grito ecoar por todos os cômodos do monastério durante a madrugada. Porém, em meio ao bosque, não muito distante do corpo agonizante do animal, ele avista duas freiras sendo atacadas por homens a cavalo. Ainda que atabalhoadamente, vestindo batina e tamancos, Thomas consegue salvá-las. Ao mesmo tempo, acaba selando seu destino e o da jovem irmã Katherine: jurados de morte e acusados de comportamento lascivo, não veem alternativa senão fugir. 

Longe da clausura, eles só encontram hostilidade, medo e tragédia. A Inglaterra, dilacerada após a Guerra dos Cem Anos, foi dominada pela barbárie. As terras britânicas se tornaram cenário de sucessivas tramas e conflitos pela conquista do trono, disputado na ponta da espada entre as famílias reais de York e de Lancaster. Nesse contexto, para além de descobrir as liberdades – e respectivas privações – mundanas, Thomas e Katherine são obrigados a literalmente lutar pela sobrevivência. 

Marcado por peripécias e surpresas, Uma jornada no inverno, ao longo de suas mais de 500 páginas, mantém um ritmo implacável sem jamais abdicar da verossimilhança e do respeito aos fatos. Mais do que isso, Toby Clements exibe apuro estético ao reconstituir os detalhes daquela época – combinações de palavras escritas se transformam em sons, texturas e aromas (embora nem sempre dos mais agradáveis) próprios do mundo quatrocentista. O autor é ainda capaz de escapar da perspectiva da nobreza para priorizar o ponto de vista das pessoas comuns, dando um sentido épico aos tormentos e provações de uma nada pacata vida cotidiana. Trata-se de uma ode à resiliência humana, que, mesmo brutal e impiedosa, não falha em seus objetivos de empolgar e fascinar. 

Redenção e Submissão;

Se no primeiro título da série Redenção lançado pela Rocco através da coleção Violeta, dedicada a títulos new adult, o foco era a relação do casal Arthur e Maiana, agora no segundo livro da trilogia, Redenção e submissão, Nana Pauvolih vira as atenções para Matheus Sá de Mello, um dos melhores amigos de Arthur, que manteve um amor platônico por Maiana, e que não acreditava que pudesse se apaixonar novamente.

Matheus, mais conhecido por Matt, forma com Arthur e Antônio o trio de amigos inseparáveis desde a infância. Já na adolescência, o grupo começou a descobrir os prazeres do sexo e da realização das fantasias frequentando o clube Catana. Matt se tornou um dos mais admirados e respeitados Dom, como são conhecidos os dominadores nos clubes de BDSM, sigla que envolve "Bondage, Disciplina/Dominação, Submissão/Sadismo e Masoquismo". Uma verdadeira máquina de sedução especializado em Shibari, a técnica oriental de imobilização, que deixa as submissas encantadas.

Matt sempre conseguiu levar a vida administrando o lado “oculto” com rotina de bom moço. Na adolescência, sentia-se diferente por ter prazer com as práticas sadomasoquistas. Estudou psicanálise, filosofia, dualidade emocional para tentar entender a si mesmo. Até que chegou a uma conclusão: não era anormal. Como todo mundo, possuía dois lados. O desejo de dominação e o prazer em ter uma mulher submissa de forma consensual não o impediam de ser um cara romântico, que sonha em casar e ter filhos.

Mas enquanto não encontra o par perfeito, Matt vai se divertindo no clube Catana. E é justamente lá que ele conhece Sophia, uma típica dominatrix, também apreciadora das práticas de BDSM. Ambos eram muito parecidos em seus desejos e vontades. A atração sexual latente era apenas a ponta do iceberg, que os unia e conectava. Coincidentemente, Sophia, uma bela morena que volta a morar no Rio de Janeiro após anos vivendo em Portugal, é a mais nova contratada da agência e operadora de turismo, VIATGE, de propriedade do pai de Matt, Otávio. 

O convívio diário dos dois torna-se uma imensa atração sexual. Não demora muito para descobrirem que um sentimento mais profundo está em jogo. Mas antes disso, segredos devem vir à tona e a troca de confiança se tornar uma realidade. O que será um processo difícil para Sophia, que ainda hoje não lida bem com traumas do passado. Mas Matt é conhecido pela persistência e resolve investir na relação depois de descobrir o poder de Sophia em despertar o que havia de mais intenso e desconhecido em seus sentimentos.

Paraíso Perdido;

Comunistas, vermelhos, esquerdistas foram alguns termos cunhados pejorativamente sobre aqueles que simpatizavam com alguns dos conceitos-chave do socialismo. Ainda alvo de crítica era a postura ateísta dos regimes dos países socialistas, o que em alguns deles resultou na perseguição, repressão e controle das igrejas e crenças locais. Como conjugar religião – sem considerá-la o ópio do povo – e um regime que tem em sua base justamente o governo em prol do povo? Frei Betto tenta responder a essas e outras perguntas em uma série de textos – que vão do ensaio à crônica, do diário à reportagem – que registram um panorama do socialismo na visão dos dirigentes e da população de países que adotaram esse modelo em Paraíso perdido – Viagens ao mundo socialista. 

A coletânea reúne relatos de viagens e incursões de Frei Betto pelos bastidores dos países socialistas, de 1979 a 1992, período politicamente decisivo em termos internacionais, num cenário que mostrava a transição das ditaduras militares para uma democracia ainda sofrida na América Latina, o recrudescimento da Guerra Fria nos anos 1980, o enfraquecimento do socialismo – e a abertura de países-chave do regime como a China e a União Soviética para o mundo – e a adoção de um modelo político e econômico com viés neoliberal a partir dos anos 1990. 

Frei Betto foi espectador privilegiado e ator de acontecimentos importantes da política brasileira e internacional. De Cuba a Nicarágua, da China à antiga União Soviética, passando por países como ex-Alemanha Oriental e ex-Tchecoeslováquia, ele presencia arranjos políticos e atua fortemente na crítica e revisão da visão negativa da religião adotada pelos regimes socialistas. Tornou-se amigo de Fidel e Raúl Castro, esteve com Gorbachev, Lech Walesa e Hugo Chávez, questionou o ateísmo comunista e demonstrou o caráter libertador da fé cristã.

Cuba tem um destaque especial no livro. Foram mais de vinte viagens. Ali, Frei Betto se encarregou da difícil missão de aproximar Igreja e Estado. Um relacionamento que foi encorajado pelo próprio Fidel Castro. Suas viagens renderam uma longa entrevista – foram nada menos que 23 horas de conversa – com Fidel, que resultaram no livro Fidel e a religião. 

A dicotomia fé x ideologia permeia toda a narrativa. Para Frei Betto, é possível conjugar esses dois fatores vistos como antagônicos. Lúcido, Frei Betto sustenta suas críticas ao socialismo e tenta entender as razões do fracasso do modelo – como a estatização da economia, que não permitiu a modernização dos bens de capital e o monopólio do partido único, beneficente e paternalista, que inibiu os mecanismos de participação democrática e suprimiu o pluralismo político – mas sem abrir mão do que a ideologia tentou promover de positivo: “Admitir o fracasso completo do socialismo real é desconhecer suas conquistas sociais – sobretudo quando consideradas do ponto de vista dos países pobres ou em vias de desenvolvimento – e aceitar a hegemonia perene do capitalismo, que reserva a vastas regiões do planeta, como a América Latina, opressão e miséria.”

Paraíso perdido é um relato lúcido e corajoso do fim de uma era, escrito por quem não perdeu a esperança por um mundo melhor. 

O Último Policial;

O fim do mundo tem data marcada. Então por que continuar investigando assassinatos e outros crimes? O detetive Hank Palace tem que encarar esta questão quando o asteroide 2011GV1 aparece nos radares terrestres. Não existe mais chance, esperanças, apenas seis meses o separam da data do impacto. Ganhador dos mais importantes prêmios literários – o Edgar dedicado à literatura policial e o Philip K. Dick voltado para ficção científica –, O último policial é o primeiro de uma surpreendente trilogia apocalíptica. 

Os astrônomos terrestres descobrem que um gigantesco asteroide está em rota de colisão com o planeta. Em apenas seis meses a Terra será devastada. E esta descoberta deixa o mundo em frenesi. No caos que se instala, o recém-promovido detetive Hank Palace é chamado para investigar um suicídio (fato corriqueiro neste novo mundo perto do fim), mas alguns elementos estranhos na cena do crime e no passado do morto levam o detetive a questionar o veredito. 

À sombra do asteroide 2011GV1, “carinhosamente” apelidado de Maia, Palace tenta juntar as peças e desvendar o estranho quebra-cabeça que envolve a morte de Peter Zell. Ao mesmo tempo que tem que equilibrar a conturbada condição da força policial de Concord, o detetive tenta arrumar sua vida pessoal nesses meses restantes – uma irmã problemática e a paixão fulminante por uma das suspeitas do crime.

O último policial é um fascinante retrato de um Estados Unidos pré-apocalipse, um lugar onde a economia foi para o espaço, colheitas apodrecem nos campos e igrejas, sinagogas e mesquitas estão lotadas. Pessoas estão abandonando famílias, empregos e partindo em jornadas de descobertas ou apenas partindo. Apenas Hank parece lutar contra o caos e manter sua posição, o último policial que ainda se importa.

O Futuro da Mente;

O real poder da mente é um dos maiores mistérios da humanidade. Como o cérebro funciona, as emoções, os distúrbios, a superação de problemas complexos e o que nos diferencia das outras espécies são apenas algumas das questões que surgem quando pensamos sobre o assunto. Michio Kaku elabora, em O futuro da mente, uma síntese profunda sobre a história das pesquisas sobre o cérebro, investiga tecnologias que permitem experiências como o registro de memórias e a gravação de sonhos em vídeo, além de esmiuçar formas alternativas de consciência como o uso de drogas e as doenças mentais. 

Físico mundialmente reconhecido e autor de sucessos como Hiperespaço e Mundos paralelos, Kaku analisa as questões relacionadas ao cérebro pelo viés da física, e mostra como muitos dos novos instrumentos de análise cerebral saíram dos laboratórios de físicos e abriram a perspectiva de um mapeamento criterioso da mente, além de explorar questões profundas como os conceitos de consciência e alma. O autor aborda também as relações entre os lados esquerdo e direito do cérebro, as profundezas da memória e a possibilidade da criação, em um futuro próximo, de um backup de nossas lembranças.

A saúde mental é um assunto fundamental em nosso tempo, onde a maior expectativa de vida e a chuva diária de estímulos e informações constroem um cotidiano mais estressado e complexo. Em O futuro da mente, Kaku vê nos avanços da neurociência um possível alívio para os atingidos por doenças mentais e acredita que entender o funcionamento do cérebro é prever o futuro, antecipando assim soluções importantes para o nosso bem-estar. Mesmo com todo o avanço tecnológico da humanidade, do telescópio à era espacial, o mapeamento cerebral por meio de aparelhos de imagem por ressonância magnética é muito recente, começando apenas nos anos 90 e trazendo muitas possibilidades de avanço nas próximas décadas. Michio Kaku acredita que ainda só começamos a entender a sofisticada atividade mental e mostra que o futuro da humanidade passa, inevitavelmente, por esse processo.


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